SINCODIV-RS - FENABRAVE

Eventos

28/09/2022

Congresso e ExpoFenabrave: a união consolida o presente e garante o futuro!

União para encarar o futuro foi o tema do discurso de José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, no 30º Congresso e ExpoFenabrave, que abriu suas portas na quarta-feira, 21 de setembro, no São Paulo Expo. “É o foco do nosso evento: união para nos consolidar e aproveitar as oportunidades que virão no futuro, assim como encarar os desafios que também virão, pois não existe montadora que se fortaleça no mercado sem uma rede saudável. Esse é o meu foco de trabalho desde o primeiro dia que assumi a presidência "O mundo em constante mudança, não é diferente no setor automotivo. Segundo o palestrante Leonardo Buzzavo, professor e pesquisador na Universidade Ca'Foscari de Veneza, vivemos no nosso segmento ciclos de importantes mudanças a cada 30 anos. Entendo que, no momento, especialmente no Brasil, estejamos vivendo essa transição. Nos últimos 7 anos, registramos menos 8 milhões de veículos. Embora haja razões relacionadas com a Pandemia, Guerra Rússia/Ucrânia, entendemos, também, haver uma nova proposta da indústria. Um certo querer em relação a esse fenômeno. Nesse sentido, ressalta cada vez mais, a importância da nossa participação sindical, uma vez que em havendo menos veículos à venda, deverá corresponder, também, uma quantidade menor de distribuidores. Nossa importância nesse cenário, dada uma prerrogativa constitucional, que vai muito além das tradicionais e famigeradas Convenções de Trabalho, aliada a participação efetiva dos nossos associados, deverá promover o necessário equilíbrio e preservação dos nossos interesses nessas relações futuras com o mercado e os fabricantes. Parabenizo a todos os Sincodivs e associações de marca, representados pelo Presidente Andretta, pelo sucesso desse Congresso", diz paulo Siqueira, presidente Sincodiv/Fenabrave-RS. Em seu discurso de Abertura, Andreta acredita que o tema ESG seguirá em alta e outros deverão chegar, caso do veículo do futuro, suas novas motorizações, como comercializar e atender aos clientes. Novos modelos de negócio deverão surgir com as mudanças da mobilidade e tudo isso está no radar da entidade. Alguns avanços recentes foram citados, como a criação do programa Renovar, que busca a renovação da frota nacional, e o Renave, que criou uma base nacional dos veículos em estoque na rede, já foi adotado em todo o País e que, até o fim do ano, estará disponível para todo o mercado de usados e seminovos: “A redução do IPI também nos ajudou, mas a carga tributária ainda é muito pesada no País: precisamos de reformas estruturais”. Hoje são 7 mil concessionárias no País, concentradas em cerca de 1,3 mil grupos. Elas representam tanto veículos leves e pesados, como também máquinas agrícolas, implementos rodoviários e motocicletas. “Muitos concessionários ficaram pelo caminho”, admitiu o empresário, informando que mais de 500 concessionárias mudaram de mãos, ou seja, teriam quebrado ao longo da pandemia não fosse o interesse de aquisição por parte de algum outro grupo do setor. Ele, inclusive, reconheceu que o processo “deve continuar”, ou seja, a depuração na área de distribuição ainda não acabou. Presente na abertura do evento, o Ministro da Economia, Paulo Guedes foi aplaudido de pé pelos 5 mil congressistas no evento. O Ministro citou as quedas dos níveis de desemprego e das taxas inflacionárias, além do aumento das vendas internas, impulsionado pelo fortalecimento do consumo das famílias. Lembrou da importância do equilíbrio fiscal e da redução da dívida pública. Pontuou também que o país tem papel estratégico na atual reestruturação das cadeias produtivas globais, pelo potencial energético, de produção de alimentos e de preservação do meio ambiente. O ministro lembrou, ainda, que a indústria automobilística será um elemento-chave nesse cenário. Para a liderança, o investimento privado irá alavancar a economia do Brasil nos próximos dez anos. “Todos estão recalibrando os modelos para tentar capturar a nova realidade porque o eixo da economia mudou, a economia agora é movida pelo investimento privado”, afirmou Guedes. Em um novo formato, o Congresso contou com seis superworkshops, que teve curadoria de Antônio Maciel Neto, ex-CEO das Montadoras Ford e CAOA e fundador da Academia CEO. Entre as palestras destaque para Leonardo Buzzavo, professor de Management na Universitá Ca’ Foscari – Veneza e coordenador temático do Automotive Dealer Day que falou sob o tema Tendências do Setor Automobilístico – Oportunidades e Ameaças para as concessionárias. Já no início da palestra Leonardo apresentou informações sobre o que as concessionárias precisam fazer para alavancar suas potencialidades. Lembrou que a eletrificação dos veículos chegou e essa alternativa muda a relação que temos com o cliente e com as estruturas conhecidas da concessionária. Falou que as montadoras estão escolhendo como seus principais líderes pessoas da área da tecnologia. Segundo Buzzavo vivemos uma época de coexistência, combustão x eletrificação, veículo próprio x compartilhado, venda x assinatura, loja física x digital. A diferença reside no consumidor, alguns preferem um ambiente mais digital, outros uma experiência mais física. Tem consumidores que preferem uma marca específica, outros preferem a diversidade. Alguns preferem a jornada sozinhos outros buscam assistência. O varejo precisa ser inteligente, e simbolicamente afirmou que o ideal é uma empresa no modelo acordeon. Buzzavo destacou os atuais modelos de distribuição no mundo: venda Direta, com índices de satisfação menores, uma exceção é a Tesla nesse modelo. Rede de concessionárias, com grandes estruturas e investimentos e Agências (representantes comerciais), um modelo comum na Europa, com custos menores e índices interessantes de satisfação do cliente em função do atendimento personalizado. Para o palestrante quem irá sobreviver no mercado é quem se posiciona como estudante. “As coisas mudam e você precisa aprender com a mudança”, finaliza lembrando que no mundo, nos últimos 20 anos, 50% das concessionária fecharam ou passaram para grandes grupos. Outra importante palestra foi Transformação Digital – Tendências e Oportunidades para as Concessionárias com Fábio Coelho , CEO do Google Brasil e vice-presidente do Google Mundial. Hoje no Brasil há uma briga pelos mesmo consumidores. Para ele, ser uma empresa anti-frágil vai além da resiliência, o anti-frágil melhora e resiste durante choques e dificuldades. O consumidor tem novos comportamentos e uma certa paralisia por excesso. O consumidor é bombardeado por todos os lados com informações. Como entrar para a lista de serviços desse consumidor que em 2005 tinha no mercado, por exemplo, 20 opções de SUV e em 2022 tem 90 modelos em opção. Antes o processo de compras passava por uma propaganda na TV, uma conversa com amigos ou familiares, hoje 96% buscam na internet e a média de fidelidade a uma marca é de 44%. A motivação da compra hoje é outra, reside na facilidade, rapidez, personalização e assistência. Se a visita a concessionária é a principal fonte off-line na jornada de compra é preciso melhorar a experiência. Fábio apresentou uma pesquisa que mostrava que 33% dos consumidores afirmaram que a papelada e documentação demoravam muito. 29% reclamaram da tentativa dos profissionais em vender algo indesejado, 29% se queixaram da pressão do vendedor, 28% diz que serviço e atendimento foram ruins, 26% destacou o grande tempo gasto na negociação e 25% se queixou do tempo de espera no atendimento. Para o palestrante a digitalização oferece às montadoras e concessionárias a oportunidade de construir um relacionamento direto com o cliente. Se as expectativas aumentam no sentido da facilidade, Fábio destacou que durante a pandemia 22 milhões de novos compradores passaram a ser digitais, totalizando 88 milhões de pessoas no Brasil. Para ele, o poder dos dados traz os melhores clientes, potencializa vendas de acessórios e serviços, assistência personalizada em escala, mecanismos de lealdade, criação de novos segmentos e redesenho de produtos. “Tenha foco no usuário e não no processo da venda e utilize os dados nas suas decisões”. Na palestra O Veículo do Futuro – O Impacto nas Concessionárias com Márcio Alfonso, ex-CEO da CAOA CHERY e vice-presidente CAOA. Apresentou as diferenças de emissão de CO2 e comparações com modelos flex, híbridos, plugins e elétricos. Brasil tem 8% da reserva mundial de lítio e 83% da matriz do Brasil é elétrica. Destacou que na demanda 2030 o etanol promete crescer o consumo em 50 bilhões de litros. Entre as soluções já disponíveis temos etanol de segunda geração, biometano, HVO, combustível sintético e aditivos melhoradores das propriedades dos combustíveis. Segundo o palestrante a mudança para eletrificação será gradual, até 2030 no Brasil 40% da frota vai ter algum tipo de eletrificação. Em se tratando do ambiente das concessionárias, não haverá necessidade de espaços luxuosos e sim conectáveis. Precisa estar preparado para receber quem chega com veículos elétricos ou híbridos e cada ver mais preparado para consumidores digitais. O atendimento deverá ser profundo em conhecimento e personalizado.

VOLTAR