21/06/2016
Bolha de Consumo x Mudança Social
A reunião-almoço do SINCODIV/FENABRAVE-RS contou com a participação do ex-ministro e presidente da Foton, Luiz Carlos Mendonça de Barros que falou sobre: Brasil: rumo a uma sociedade de centro-direita.
Mendonça traçou um panorama do que aconteceu na economia brasileira nos últimos seis anos e o que podemos esperar para os próximos. Reforçou que, além da crise de natureza econômica o Brasil ainda está muito inserido em uma grave crise política e que interfere diretamente nos caminhos de crescimento do país.
“Em relação à crise política não tenho a mesma certeza que tenho em relação à crise da economia”, comentou afirmando que o STF é o único órgão que está fazendo a arbitragem entre a diversidade política. Para o palestrante, certamente, o resultado será uma reforma política no Brasil, porém atualmente temos um vácuo político. Não há lideranças políticas para ocupar o espaço.
Mendonça explicou que o ciclo de ouro dos commodities brasileiros foi entre 2006 e 2012 e que até 2014 o Brasil viveu uma verdadeira bolha de consumo, e ressaltou que nos dois últimos anos do que ele chamou de bolha (13 e 14), o governo investiu em estímulos artificiais para manter o crescimento. Quando a economia estava tendo uma acomodação natural o governo acreditou que havia falta de consumo e decidiu estimular o crescimento acarretando o endividamento.
Num comparativo com o mercado americano, MB lembrou que no ano de 2008, o setor de veículos naquele país caiu de 17 milhões de veículos comercializados para 7 milhões e demorou seis anos para retomar os índices de vendas de 2007.
“No Brasil a bolha de consumo se rompeu e houve o descontrole. Quando a bolha se rompe, é a natureza da economia que vai fazer o ajuste" - mas se mostrou tranquilo - "há uma retração, a renda caiu, temos desemprego, mas vale destacar que, as pessoas empregadas ainda são 10 vezes maior que os desempregados. O IPCA deste ano deve chegar perto de 7 e no ano que vem, em torno de 5 e esta é a forma que a economia tem para acomodar o custo da Bolha de Consumo”, acrescentou.
Para ele, a diferença entre a bolha americana e a do Brasil foi que a crise de bancos e crédito foi mais severa nos EUAs. No Brasil o emprego chegou a cair 1 milhão de cargos e depois deu uma estabilizada, o PIB caiu aqui os mesmos 10% que caiu nos EUAS durante a crise. As instituições estão trabalhando com uma elevação da confiança do consumidor e investidores. Segundo Mendonça, em 2017 o PIB deve chegar a 2% e em 2018 a 3%. Mendonça de Barros também acredita numa recuperação dos setor de veículos em 2020, sendo o setor de pesados para 2022.
Finalizou dizendo que o cenário político atual do Brasil vive um período que precisa mudar a forma estrutural de como a sociedade se comporta. - “não existe mais a possibilidade de se financiar gastos, o limite de compra, imposto pelo governo é a opção mais correta”.