SINCODIV-RS - FENABRAVE

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27/04/2023

SINCODIV/FENABRAVE-RS reconhece crescimento do trimestre, mas afirma não ser suficiente para tranquilizar o setor

O crescimento que as vendas de veículos registraram de 54,23% no mês de março está muito longe de ser suficiente para recuperar as perdas dos setor, disse o presidente do Sincodiv/Fenabrave-RS, Paulo Siqueira.“É um crescimento muito pequeno para recuperar todas as perdas que tivemos. Lembrando que em 2013 o mercado brasileiro consumia 3,5 milhões de unidades, caímos para 2 milhões em 2016 e quando iniciamos uma recuperação em 2019 logo veio a pandemia, a guerra na Ucrânia e a consequente quebra da cadeia produtiva com a falta de suprimentos.” De acordo com o presidente, nesse período, o setor enfrentou retração de cerca de 40%.A paralização das montadoras no atual momento foi uma readequação necessária do mercado. A retomada da capacidade produtiva e das vendas só será possível com a melhora no cenário econômico do país. “No caso do mercado interno, o crédito está menos disponível e o juros alto. Mais de 50% da produção é destinada para pessoa jurídica, 35% é para locadoras que normalmente renovam a frota no início do ano, e em 2023 não foram às compras”, acrescentou.Siqueira enfatizou, entretanto, que “serão necessários nove meses com o mesmo crescimento contabilizado em março para que o ano seja semelhante a 2022”, para ele, é preciso que o país obtenha um crescimento econômico mais robusto, e em se tratando do Rio Grande do Sul, já se tornou recorrência o fato de crescermos menos do que o Brasil. “A gente precisa de mais PIB [Produto Interno Bruto]”, e nosso Estado tem caído posições anualmente no ranking de participação em vendas, há uma década ocupávamos a 5ª posição, atualmente oscilamos entre a 7ª e 8ª colocação ”, afirmou.Segundo o Relatório de Perspectivas Econômicas Global, a previsão para a expansão do PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, neste ano, prevê 1,4%. Para o presidente, este é um olhar otimista, em se tratando de vendas de veículos e em especial RS.

Crescimento das vendas

O balanço do Sincodiv/Fenabrave-RS mostra que os emplacamentos de veículos teve alta de 54,23% em março, em comparação com o mês de fevereiro. Foram comercializados ao longo do mês 14.869 unidades, contra 9.641 no mês anterior. Em relação a março de 2022, o crescimento na fabricação foi de 28,90%.No acumulado de janeiro a março, o setor registrou uma expansão de 16,15% em comparação com os primeiros três meses de 2022. Lembrando que, janeiro e fevereiro deste ano foram os meses de pior desempenho da última década.As vendas de autos e comerciais leves tiveram alta de 57,13% em março na comparação com fevereiro. Foram comercializadas no período 9.263 unidades. Em relação a março do ano passado, o crescimento nos emplacamentos foi de 40,16%. No resultado acumulado dos primeiros três meses de 2023, foram licenciados 21.887 unidades de autos e comerciais leves, uma expansão de 18,56%.A venda de caminhões cresceu 56,22% em março, com 842 unidades comercializadas. No acumulado de janeiro a março, o setor caiu 5,63% em relação ao mesmo período de 2022, com 2,080 caminhões negociados.De acordo com Siqueira, a retração do setor de caminhões está sendo puxada pela restrição ao crédito e baixa expectativa para o PIB que impedem projeção de crescimento para o setor. Também haverá mudança de Norma no setor que passam a ter exigência de motores Euro 6 a partir de Abril. O segmento de implementos rodoviários que, normalmente acompanha proporcionalmente o setor de caminhões, apresentou crescimento superior. Em março foram comercializados 452 unidades, 32,94% superior a fevereiro. No acumulado do ano o segmento contabilizou 1.154 unidades, 4,72% de crescimento.O mercado de motocicletas tem apresentado crescimento sustentável. Em 2022 o segmento somou o melhor resultado em vendas desde 2014. No primeiro trimestre deste ano já foram emplacadas 7.924 unidades contra 6.692 no mesmo período em 2022, um resultado 18,41 % superior. Só no mês de março foram negociadas 3.378 motocicletas, crescimento de 57,48% se comparado a fevereiro. Para se ter uma ideia, os segmentos de baixa cilindradas, city/street, scooter/cub e trail/fun, quando somados, ocuparam 94% das vendas de motos no país em 2022. Enquanto isso, as de alta cilindradas, naked/roadster, maxitrail, custom, sport e touring, somadas, responderam por apenas 4,5%. Os resultados refletem os efeitos do aquecimento dos segmentos de logística, deliverys de restaurantes e lojas que se tornou uma alternativa durante a pandemia e foi incorporado nos hábitos dos gaúchos.

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